Eu


Padeço de um fim anunciado,

um grito sufocado,

de horas vãs de um relógio sem tempo.

Abraço-me à leveza do ser,

cubro o rosto,

apago o sorriso,

deixo o esboço de uma lágrima,

esqueço as palavras, sons,

a complexidade habita no silencio por agora.


Corto essas asas de mim,

dispo-me das cores, das chamas,

Eu e Eu somos unissonos....
Danço para mim, uma roda sem fim,
num palco vazio,
Essa melodia é um amor que fazemos,
quando o véu agora cai,
da tela que se recolhe,
da bailarina que suspira...
Eu... agreste!




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