Sul


Conta-me um sonho,

voado nas asas do momento,

soletra-me poemas soltas, odes de amor,

desenha porções de mim,

repousa agora do vemelho do meu intimo,

voz trémula, rosto molhado,

espectante na cidade que agora assiste.

Menina e moça que nos embala,

esta Lisboa envelhecida, amante madura,

cidade do amanhecer dourada e de colinas,

que nunca se deita no véu da noite.

Urbano murmurinho,

pedras, calçadas que traçamos caminhos...

Fecho os olhos e respiro pregões e cantigas,

gentes, misturas, voz confusas,

peles coloridas e olhos negros.

Venho de lá longe,

cair no abraço quente do sul,

suspensa no Tejo,

e regresso a mim,

retorna o corpo,

alma repartida, pedaço de mim.

Canto para ti o lado esquerdo do peito:

- Quero-te bem!

Comentários

Hélder disse…
Que lindo..! ainda bem que voltaste a escrever. Este tem cheirindo a Bairro Alto :) ou a Alfama :)
Anónimo disse…
Penso em ti...

P.A.

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