Horas insólitas

Dia de folga hoje...finalmente em casa. Que bom foi poder dormir no meu próprio espaço. Nada como a minha almofada. O fim de semana foi optimo em Aveiro, com calor e praia à mistura, e com o carinho dos amigos que sempre lá me recebem. Mais uma vez descobri que tenho o meu sentido maternal ao rubro, algo que até a mim me surpreende. Fiquei deliciada com a filha da minha amiga Cátia. Uma verdadeira princesinha!
O regresso ao Porto foi cinzento... suspensa no tempo enquanto aguardava o comboio deu vontade de partir ainda para mais longe. Por momentos foi inevitável não imaginar um momento similar àquele do «Antes do amanhecer», em que os dois apaixonados se aguardam na estação! Momemtos de romance cinematográficos que fazem sempre sonhar! Mas logo depressa coloco os óculos de sol, choro baixinho para que ningém me veja. Olho o telemóvel (esse objecto de dependência) e desfaço-me de tudo aquilo que guardei, que magoa. Apago contactos das pessoas que desejo esqueçer, atiro para longe as mensagens que agora me soam a falso. Entro na carruagem sozinha e entrego-me à música que escuto só para mim. Aos pouco vou retornando A poesia, à vontade de escrever que sempre renasce nestes períodos de auto-refelxão, de cura espiritual...
A chegada ao Porto traz-me de volta à realidade, àquela que não posso negar mas que devo transformar. Regresso à casa povoada que habito, aos gritos mudos que dou dentro de mim, à espera inútil em que me vejo.
Apercebo-me que o homem do século XXI é um perfeito ignorante, cheio de medos insólitos, sem vontade de se entregar, com receio de amar. Mas hoje sou livre até ser dia, outro dia... de horas insólitas, paradas e desconexas.. até que me encontrem!!!
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