De regresso à poesia

Há muito que a poesia me abandonou.. talvez desde que deixei o blog anterior. Estes têm sido tempos de mudança e de muitas dificuldades e é certo que a vida apenas nos dá as provações que conseguimos superar... Neste caminho encontrei pessoas que são o meu apoio e dura consciência, que me devolveram o sorriso e a essência de menina. Falo de ti A. que habitas em mim e a quem dedico a o regresso da inspiração. Obrigada pela amizade e apoio incondicional.

Aconchego de uma brisa,

um pouco fria no toque,

ligeiramente salgada no beijo,

breve... louca,

solta nos dedos a fina areia,

grão a grão,

daquele dourado esquecido,

na praia que me prende num abraço.

O sol entardece sobre este corpo,

faz pulsar um coração apaixonado.

Solto o lenço que me prende o cabelo,

descobre o rosto, revela o vermelho deste lábios,

dispo-me de mim e suspiro perante o mar.

No arrepio da pele, na saudade deste azul,

misturo-me na água,

de fria transparência,

no erotismo quente com que te recordo.

Roubaste a minha alma de mim,

libertaste-a dentro de ti!

Nâo saberia não te ter,

sem Primavera, nem romance desvendado,

que se descobre em nós.

Quero-te para mim,

meu poema renascido.